terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Organização e Criatividade na Terceira Idade



Como Reformar Minha Casa Renovou Meu Bem-Estar

Nos meus 85 anos, continuo descobrindo coisas que me fazem sentir viva, útil e cheia de entusiasmo. Uma delas, para minha surpresa, foi a reforma e a decoração da minha casa. Estou participando de cada escolha, de cada detalhe, e isso tem sido uma verdadeira injeção de alegria no meu dia a dia. Percebi o quanto organizar e transformar o nosso lar também transforma a gente por dentro.

Ao mexer nos cantinhos da casa, fui mexendo também em memórias, prioridades e sentimentos. Organizar armários, escolher cores, decidir onde colocar cada objeto… tudo isso virou um exercício delicioso de criatividade. Às vezes me pego pensando que, quanto mais idade temos, mais rica fica nossa imaginação, porque ela vem temperada pela experiência da vida.

Participar de todo o processo fez com que eu me sentisse ativa, independente e dona das minhas escolhas. E isso é algo muito valioso para nós, da terceira idade. Reformar ou redecorar a casa não precisa ser uma grande obra; pode começar com algo simples: separar o que não usamos mais, abrir espaço, mover móveis, mudar uma cortina. Cada pequena mudança traz um frescor para a mente.

A organização, além de prática, traz paz. Quando o ambiente fica mais leve e funcional, nosso pensamento também fica mais claro. Já a criatividade é quase uma terapia: ela nos mostra que ainda podemos inventar, mudar, renovar. E como é bom perceber que ainda existe tanta vida dentro da gente!

Sinto que minha casa está ficando mais bonita, sim, mas principalmente está ficando mais parecida comigo. E esse processo tem reforçado uma verdade importante: nunca é tarde para criar, reorganizar e reinventar nossa própria história.

Se você, assim como eu, está na terceira idade, experimente olhar para sua casa com carinho e imaginar o que gostaria de mudar. Talvez seja o momento perfeito para recomeçar pelos ambientes, e acabar recomeçando também dentro de você.

Jandira

Imagem: Freepik

sexta-feira, 21 de novembro de 2025

A Importância do Contato com a Natureza



Com 85 anos de vida, aprendi que a natureza tem um jeito especial de conversar com a gente. Às vezes com o canto de um passarinho, às vezes com a sombra fresca de uma árvore, ou até com o simples balançar das folhas ao vento. É como se cada detalhe nos lembrasse que ainda há muito para sentir, viver e agradecer.

Hoje, quero falar sobre como o contato com a natureza é importante, e transformador, especialmente para nós, que já caminhamos bastante pela estrada da vida.

A natureza tem um poder de renovação que toca a alma. Quando saio ao ar livre, mesmo que seja por alguns minutos, sinto o corpo mais leve e a mente mais clara. Caminhar numa praça, colocar os pés na grama ou simplesmente olhar para o céu faz uma diferença enorme no nosso dia.

É incrível como pequenos gestos, como cuidar de uma plantinha ou abrir a janela para o sol entrar, já mudam o nosso humor.

Estudos mostram, e a experiência confirma, que o contato com a natureza traz muitos benefícios:

  • Reduz o estresse e a ansiedade
    O silêncio natural acalma, diminui a pressão interna e traz uma sensação de paz.

  • Melhora o sono
    A luz do sol ajuda o corpo a regular o relógio biológico.

  • Estimula o movimento
    Uma caminhada leve, um alongamento ao ar livre ou apenas cuidar de um jardim já mantêm o corpo ativo.

  • Aumenta a alegria e o bem-estar
    A presença de plantas, árvores e flores desperta emoções positivas e até memórias afetivas.

Estar na natureza também nos aproxima das pessoas. Parques e praças são lugares onde encontramos vizinhos, famílias, amigos… até uma conversa rápida pode iluminar o dia.

Muitos idosos se sentem sozinhos, e o ambiente ao ar livre favorece encontros simples, mas cheios de significado. A natureza aproxima, acolhe e nos lembra de que ainda fazemos parte do movimento da vida.

Uma boa notícia: não é necessário viajar nem enfrentar grandes esforços. Podemos viver essa conexão de várias maneiras:

  • Cuidar de plantas em casa

  • Sentar perto de uma janela ensolarada

  • Passear na praça do bairro

  • Observar pássaros ou borboletas

  • Cultivar uma pequena horta

  • Caminhar devagar em um parque

O importante é se permitir sentir, respirar fundo e aproveitar o que o mundo natural oferece.

A terceira idade é um período de sabedoria, introspecção e novas descobertas

A natureza nos ajuda a olhar para dentro, acalmar a alma e lembrar que a vida segue bonita, vibrante e cheia de possibilidades.

Quando estamos em contato com ela, percebemos que, assim como as árvores, também somos fortes, resistentes e capazes de florescer em qualquer estação.

Que tal você a tirar um tempinho hoje para se aproximar da natureza?  Nem que seja apenas para observar o céu por alguns minutos. Às vezes, é tudo o que o coração precisa.


Beijos

Jandira


Imagem: Freepik

terça-feira, 11 de novembro de 2025

A Força da Fé e da Espiritualidade na Maturidade da Vida



Com o passar dos anos, aprendemos que a vida é muito mais do que correr atrás do tempo. É sobre encontrar sentido, paz e harmonia interior. É nesse momento que muitas pessoas descobrem - ou redescobrem - o valor da fé e da espiritualidade.

Fé não é apenas acreditar em algo que não se vê, mas sentir dentro de si uma presença que conforta, fortalece e acalma. É a confiança silenciosa de que tudo tem um propósito, mesmo quando não compreendemos os caminhos.

A espiritualidade, por sua vez, é como uma chama suave que ilumina o coração. Não depende de religiões, templos ou doutrinas - ela habita dentro de cada um de nós. É o espaço sagrado onde encontramos a esperança, a gratidão e o amor pelo que somos e pelo que ainda podemos viver.

Na terceira idade, essa busca se torna mais profunda. Talvez porque o tempo nos ensine a olhar para dentro, a valorizar o essencial e a perceber que o verdadeiro sentido da vida não está no que acumulamos, mas no que sentimos e compartilhamos.

Ter fé é continuar acreditando na beleza dos dias, mesmo quando o corpo já pede descanso. É sorrir com o coração tranquilo, sabendo que há algo maior que nos guia e protege.

E quando essa fé floresce, a vida ganha um brilho novo - suave, sereno e cheio de significado.


Jandira


Imagem: Freepik

terça-feira, 4 de novembro de 2025

A importância do geriatra na vida do idoso



Com o passar dos anos, aprendi que cuidar da saúde é um gesto de amor por nós mesmos. Aos 85 anos, já vivi muitas experiências, conheci diferentes médicos, ouvi muitas opiniões… mas foi com o tempo que compreendi o valor de ter um geriatra acompanhando de perto a nossa caminhada. Esse profissional entende o envelhecer não como um problema, mas como uma etapa natural e preciosa da vida.

Muita gente ainda acha que o geriatra é um médico apenas para quem está doente, mas isso é um engano. Ele é o médico do idoso em todas as fases, mesmo quando estamos bem. O geriatra avalia nossa saúde de forma integral - corpo, mente e emoções - e isso faz toda diferença. Ele observa a pressão, o sono, o apetite, a memória, os medicamentos e até o nosso ânimo de viver. Cada detalhe importa, porque o envelhecimento é um processo único para cada pessoa.

Outra grande vantagem de ter um geriatra é o acompanhamento contínuo. Com consultas regulares, o médico pode perceber mudanças sutis que, às vezes, nós mesmos não notamos. Um ajuste no remédio, uma orientação sobre alimentação, uma conversa sobre o humor ou sobre o sono, tudo isso pode melhorar muito o nosso bem-estar.

O geriatra também tem um papel importante na prevenção. Ele nos ajuda a evitar quedas, controlar doenças crônicas, manter a autonomia e até a clareza mental. E o mais bonito é que ele nos ouve com paciência, respeitando o nosso ritmo e valorizando nossa história.

Ter um geriatra é, de certa forma, ter um amigo de confiança, alguém que entende as transformações do corpo e do coração com empatia e sabedoria. Ele nos incentiva a viver com mais leveza e segurança, mostrando que envelhecer pode ser, sim, uma fase de descobertas e de alegrias.

Por isso, se você ainda não tem um geriatra, pense com carinho nessa possibilidade. Nunca é tarde para começar a cuidar melhor de si mesmo. A saúde é um tesouro que devemos proteger, e ter um médico que caminha ao nosso lado faz toda a diferença.

Cuidar-se é um gesto de amor, e envelhecer com saúde é um privilégio que todos nós merecemos.


Jandira Eunice


Imagem: Freepik

terça-feira, 28 de outubro de 2025

O trabalho e a autoestima na terceira idade



Com o passar dos anos, aprendi que o trabalho vai muito além de garantir um sustento. Ele também alimenta a alma. Ter uma ocupação, uma rotina, um motivo para levantar todos os dias é algo que faz bem ao corpo e, principalmente, ao coração.

Na terceira idade, muitos acreditam que é hora apenas de descansar - e é verdade que o descanso é merecido. Mas isso não significa parar de sonhar, de criar ou de contribuir. Pelo contrário: é justamente nessa fase que temos mais experiência e sabedoria para compartilhar.

Quando me envolvo em alguma atividade, seja escrevendo no meu blog, ajudando alguém, ou até preparando algo com as mãos, percebo como isso eleva minha autoestima. Sinto-me útil, viva, presente no mundo. O trabalho, em qualquer forma que venha, é uma ponte que nos liga à vida e às pessoas.

Há uma alegria muito especial em perceber que ainda somos capazes de aprender, de ensinar e de fazer a diferença. Muitos idosos, depois de se aposentarem, redescobrem talentos que estavam guardados: voltam a pintar, a costurar, a cozinhar, a cuidar de plantas ou até iniciam pequenos empreendimentos. Cada gesto, cada criação, é uma forma de expressar a própria história e de fortalecer o amor-próprio.

Também é importante lembrar que o trabalho não precisa ter pressa. Ele pode ser leve, prazeroso, adaptado ao nosso ritmo. O essencial é que traga satisfação e propósito. Estar envolvido em algo que nos motiva faz com que o tempo tenha mais cor e mais sentido.

Manter-se ativo é também um modo de cuidar da mente. O trabalho estimula a memória, fortalece a confiança e nos ajuda a manter o entusiasmo pela vida. E quando fazemos algo com amor, os resultados vão além do que se pode medir: ganhamos alegria, propósito e uma autoestima renovada.

Hoje, entendo que o verdadeiro valor do trabalho está em tudo o que ele desperta dentro de nós. Ele é um convite para continuar caminhando, para seguir sonhando e para reconhecer que ainda temos muito a oferecer.

Encerro esta reflexão com uma certeza: trabalhar, para mim, é sinônimo de viver. Enquanto houver vontade e amor no que faço, saberei que ainda tenho muito a contribuir, e muito a aprender.

Porque quando o coração encontra um propósito, até o trabalho se transforma em poesia.


Jandira Eunice


Imagem: Freepik

terça-feira, 21 de outubro de 2025

Dificuldade de um idoso aceitar um cuidador



Com o passar dos anos, nosso corpo vai mudando, os passos ficam mais lentos e algumas tarefas do dia a dia começam a parecer um desafio. Ainda assim, dentro de nós, o espírito continua jovem, cheio de lembranças, vontades e a forte sensação de que ainda damos conta de tudo.

É por isso que aceitar a presença de um cuidador nem sempre é fácil.

Para muitos idosos, essa ideia soa como uma invasão de privacidade ou até como um sinal de fraqueza. Afinal, passamos a vida inteira cuidando dos outros - da casa, dos filhos, da família - e, de repente, somos nós quem precisamos de cuidado. É um choque. Um sentimento de perda da independência, do controle, e até de um pedaço da nossa história.

Mas é importante entender que ter um cuidador não é perder liberdade - é ganhar segurança, companhia e qualidade de vida. O cuidador está ali não para mandar, mas para ajudar. Ele é aquele apoio silencioso que oferece o braço quando o corpo pede descanso, e um ouvido atento quando o coração precisa desabafar.

Muitos idosos resistem no início. Acham que o cuidador vai interferir demais, que vai mudar sua rotina ou invadir seu espaço. Mas com o tempo, percebe-se que essa convivência pode se transformar em algo bonito: um elo de confiança, amizade e até afeto.
O cuidador aprende os jeitos e manias do idoso, e o idoso descobre que há ali alguém disposto a cuidar com paciência e respeito.

Aceitar um cuidador é um ato de sabedoria e amor-próprio. É reconhecer que permitir ajuda é uma forma de se cuidar, de preservar a saúde, de continuar vivendo com dignidade e tranquilidade. E mais: é também uma forma de aliviar o coração dos filhos, que muitas vezes se preocupam, mas não podem estar presentes o tempo todo.

Quando o idoso entende que o cuidador é um parceiro e não um intruso, a vida se torna mais leve. O orgulho dá lugar à gratidão, e o medo é substituído pela serenidade.
Receber cuidado é, no fundo, um gesto de confiança e humildade - e isso não diminui ninguém, apenas engrandece o coração.

Aceitar um cuidador é abrir a porta para uma nova fase, onde o amor, o respeito e a presença humana se tornam os maiores remédios da alma.


Jandira


Imagem: Freepik

terça-feira, 7 de outubro de 2025

Aproveite o verão com alegria e cuidado



O verão chega sempre cheio de vida: os dias ficam mais longos, as ruas ganham cores, as flores desabrocham e o clima nos convida a sair de casa. Para quem está na terceira idade, essa estação pode ser uma verdadeira fonte de energia e vitalidade. É tempo de renovar os ânimos, buscar momentos de lazer e se permitir aproveitar a vida em sua plenitude.

No entanto, junto com toda essa alegria, o verão também exige atenção especial, pois o calor intenso pode trazer desconfortos e até riscos para a saúde dos mais velhos. A boa notícia é que, com alguns cuidados simples, é possível desfrutar do melhor que essa estação oferece, mantendo o corpo saudável e o coração tranquilo.

Atividades que trazem leveza e prazer 

O verão é a estação ideal para passeios ao ar livre. Uma caminhada leve no parque, sentir a brisa em um jardim florido ou simplesmente descansar à sombra de uma árvore são pequenos prazeres que fazem grande diferença no nosso bem-estar.

Outra forma deliciosa de aproveitar essa época é praticar atividades suaves: dançar uma música alegre, fazer exercícios de alongamento ou até mesmo dar um mergulho no mar ou na piscina. Essas práticas ajudam a manter o corpo ativo, as articulações mais soltas e a mente mais relaxada.

E claro, o verão é também uma temporada de encontros! É tempo de abrir a casa para familiares, reunir os amigos, compartilhar refeições leves, sucos refrescantes e boas conversas. Esses momentos de convivência fortalecem vínculos e trazem alegria ao coração.

Cuidados que fazem toda a diferença 

Para aproveitar essa estação com segurança, alguns hábitos são indispensáveis:

  • Hidratação constante: Nosso corpo perde mais líquidos no calor, por isso é essencial beber água várias vezes ao dia, mesmo quando não sentimos sede.

  • Alimentação equilibrada: Prefira frutas frescas, verduras coloridas e refeições leves. Melancia, abacaxi, pepino e alface são alimentos que refrescam e ajudam a hidratar.

  • Proteção contra o sol: Chapéus, roupas leves e claras, protetor solar e óculos escuros são grandes aliados para evitar insolação e problemas de pele.

  • Atenção à saúde: O calor pode alterar a pressão arterial, causar tontura ou cansaço. É importante respeitar os limites do corpo e, sempre que necessário, procurar orientação médica.

  • Descanso adequado: Nos dias muito quentes, o corpo pede pausas. Aproveitar para descansar em locais arejados e bem ventilados é essencial para manter a energia.

O verão como celebração da vida 

Mais do que uma estação, o verão é um convite para viver o presente com intensidade. Para nós, idosos, é a oportunidade de provar que cada fase da vida tem sua beleza. Podemos desfrutar dessa época com serenidade, gratidão e o brilho nos olhos de quem sabe valorizar os pequenos momentos.

Com equilíbrio entre diversão e cuidados, o verão se transforma em uma estação de bem-estar e renovação. Afinal, a vida é feita dessas experiências simples, que aquecem o corpo e, sobretudo, o coração.


Jandira

Imagem: Freepik