O tempo passa e nos transforma, mas algumas coisas permanecem — como o amor de mãe. Aos 84 anos, com a vida marcada por tantas experiências, dores e alegrias, compreendo que ser mãe é muito mais do que um papel. É uma essência. Uma forma de amar que não envelhece, não se apaga, não termina.
Ser mãe não é apenas dar à luz. É estar presente, mesmo na ausência. É saber calar quando o filho precisa errar para aprender. É ter o peito aberto para acolher, e o coração firme para soltar. É ser esperança em dias escuros, sorriso em momentos difíceis, força mesmo quando o mundo pesa.
E digo mais: toda mulher é, de alguma forma, mãe. Porque a maternidade não se resume ao ventre — ela vive no afeto, no cuidado, no zelo com o outro. Há mães de alma, de coração, de gesto. Há mulheres que nunca tiveram filhos, mas que se tornaram mães de sobrinhos, afilhados, netos, amigos... Mulheres que com um simples olhar sabem dar segurança. Isso também é maternidade.
Ao longo das gerações, vejo como esse amor se adapta aos tempos. No meu tempo, tudo era mais silencioso, mais intuitivo. A gente aprendia a ser mãe na marra, errando e acertando no instinto. As dificuldades eram muitas, mas o amor nos empurrava pra frente. Hoje, vejo meus filhos e netos com outros desafios. Eles leem, pesquisam, trocam experiências. E eu aprendo com eles. O jeito de cuidar muda, mas o sentimento permanece: profundo, doador, eterno.
Neste Dia das Mães, quero deixar um abraço apertado em todas as mulheres da minha família, e em vocês que estão lendo este texto. Se você é mãe, avó, madrinha, tia, amiga, cuidadora — ou se já foi mãe de alguém com um simples gesto — saiba que você faz parte de algo muito grandioso.
Ser mãe é deixar marcas de amor no caminho. É não ser esquecida, mesmo quando já não estamos mais aqui. É ser lembrança viva em cada conselho, em cada receita de família, em cada colo que damos ou recebemos.
Celebre sua história. Honre quem veio antes. Abrace quem está ao seu lado. E, se tiver a chance, diga a uma mãe hoje: “Você é especial. Obrigada por tudo.”
Com todo meu carinho de matriarca.
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