quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Mais da metade dos brasileiros está acima do peso

O número de pessoas com sobrepeso aumentou de 48,5% em 2011 para 51% em 2012. E 17% dos brasileiros são obesos 

Aretha Yarak, de Brasília
Balança: Quilos a mais, mas não o suficiente para tornarem uma pessoa obesa, podem reduzir o risco de morte por qualquer causa
Problemas com a balança: Levantamento nacional revela que 51% dos brasileiros
estão com excesso de peso (Thinkstock)

Dados divulgados pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira mostram que os índices de obesidade no país continuam a crescer, e em ritmo acelerado. Em 2011 , o porcentual de brasileiros obesos era de 15,8%. Já em 2012, essa taxa passou para 17,4% — em 2006, quando a análise começou a ser feita, o índice era de 11,6%. O número de pessoas acima do peso considerado ideal também aumentou: de 48,5% em 2011 para 51% em 2012. Os dados estão na pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico).
O levantamento, divulgado anualmente pelo Ministério, traz um diagnóstico da saúde do brasileiro a partir de questionamentos sobre os hábitos da população, como tabagismo, consumo abusivo de bebidas alcoólicas, alimentação e atividade física. Foram coletadas informações de 45.400 pessoas com mais de 18 anos de todas as capitais e do Distrito Federal, de julho de 2012 a fevereiro de 2013.
Segundo os dados, entre as pessoas que estão acima do peso, os homens são a maioria - 54,5% têm o problema, enquanto entre as mulheres o índice é de 48,1%. A prevalência da obesidade, por outro lado, é maior entre as mulheres: 18,2.% estão com índice de massa corporal (IMC) acima de 30 – entre os homens, essa taxa é de 16,5%. A maior prevalência de pessoas com sobrepeso e obesidade se encontra na população que está entre os 45 e 64 anos.
Entre as capitais, Campo Grande é a campeã nos índices de adultos com excesso de peso, com 56% da sua população. Na sequência, estão Porto Alegre e Rio Branco, com 54%. As capitais com os menores índices de excesso de peso são Palmas e São Luís, com 45%. Em relação à obesidade, os maiores índices (21%) estão em Rio Branco, Natal e Campo Grande.
Hábitos – A prevalência dos brasileiros sedentários em 2012 subiu para 14,9% — em 2011, o índice era de 14%. Entre aqueles que fazem atividades físicas no tempo livre, o maior índice está entre os homens, com 41,5%, contra 26,5% entre as mulheres. Em relação à alimentação, o levantamento mostrou que, quanto maior a escolaridade, maior o consumo de frutas e hortaliças. As mulheres são as que mais consomem esses alimentos: 27,2% delas, frente a 17,6% dos homens.
De acordo com Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério, o combate ao aumento de peso deve ser um processo contínuo, que engloba ações na cantina da escola à lanchonete de uma empresa. "Ainda estamos mais magros que nossos vizinhos, mas os índices continuam a crescer. É preciso combater a obesidade." Segundo Alexandre Padilha, ações para o controle da obesidade devem ser feitas o quanto antes. "Se não conseguirmos controlar esse aumento agora, poderemos chegar a patamares como os do Chile e dos Estados Unidos." De acordo com Padilha, a qualidade da merenda escolar será decisiva para que o país possa reverter a tendência de aumento de peso. 
Álcool — O consumo de bebida alcoólica se mostrou maior entre as pessoas com maior escolaridade. Entre aqueles com mais de 12 anos de estudo, 31,9% dos homens consomem mais de cinco doses e 14% das mulheres consomem mais do que quatro doses – uma média de 22%. O consumo abusivo se mostrou mais frequente (24,7%) entre jovens de 25 a 34 anos.
Os índices mais alarmantes, no entanto, estão entre os brasileiros que bebem e dirigem na sequência. A maior prevalência está entre os homens com mais de 12 anos de estudo (18,9%). "As menores proporções estão no Recife e no Rio de Janeiro e isso tem a ver com a operação Lei Seca", diz Padilha. Em Recife, o porcentual de adultos que dirigem depois de beber é de 4% e no Rio de Janeiro, de 5%. A capital com maior índice é Florianópolis, com 16%. Segundo o ministro, não há uma série histórica dentro do Vigitel que possa ser usada como modelo comparativo para avaliar se a Lei tem relação direta com os índices nessas duas capitais.
Câncer — O acesso à mamografia, exame preventivo para o câncer de mama, tem crescido no sistema público. Os dados do Vigitel apontam que 77,4% das mulheres de 50 a 69 anos fizeram o exame nos últimos dois anos. Em 2007, essa taxa era de 71,1%. A maior prevalência, no entanto, se encontra nas capitais dos estados mais desenvolvidos do país: Curitiba (90%), Distrito Federal (87%) e Belo Horizonte (86%). Nas regiões Norte e Nordeste, a discrepância é gritante em relação ao resto do país. Em João Pessoa, apenas 61% das mulheres fizeram o exame. No Recife, 64%; em Boa Vista, 67%; e Manaus, 68%.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Comer peixe reduz o risco de artrite reumatoide

Pesquisadores suecos atribuem ao ômega-3, gordura presente em peixes, mas também no azeite e na linhaça, o efeito positivo do alimento sobre essa doença

Salmão peixe
O salmão é um dos peixes ricos em ômega-3: Segundo novo estudo, uma porção do alimento por semana ajuda a evitar a artrite reumatoide (Thinkstock)
De acordo com um extenso estudo publicado nesta segunda-feira, comer peixe regularmente pode ser uma forma de reduzir o risco de artrite reumatoide. Essa é uma doença crônica e autoimune – ou seja, que acontece quando o sistema imunológico de uma pessoa passa a atacar o seu próprio corpo – que atinge cerca de 1% da população. Muitos fatores em relação a esse problema, como suas causas e como é possível evitá-lo, são desconhecidos. Daí a importância dos resultados dessa nova pesquisa.

Glossário

ARTRITE REUMATOIDE
A artrite reumatoide é uma doença crônica inflamatória que atinge as articulações, principalmente das mãos, punhos e pés. É também uma doença autoimune, ou seja, acontece quando o sistema imunológico de uma pessoa passa a atacar o seu próprio corpo. A condição provoca dores e pode levar a deformações nas articulações.  Suas causas ainda são desconhecidas e pouco se sabe sobre como reduzir os riscos do problema. Sabe-se que pelo menos 1% da população é acometida pela artrite reumatoide e que ela é uma doença multifatorial, com aspectos genéticos e ambientais, como infecções e o cigarro.
O trabalho, feito no Instituto Karolinska, na Suécia, e divulgado no periódico Annals of the Rheumatic Diseases, se baseou em 32.000 mulheres nascidas entre 1914 e 1948. Entre os anos de 1987 e 1997, os autores do estudo coletaram informações sobre as participantes, incluindo dados sobre seus hábitos alimentares, peso e altura. Depois, os pesquisadores monitoraram a saúde delas de 2003 a 2010.
Ao longo do estudo, 205 mulheres foram diagnosticadas com artrite reumatoide. Os pesquisadores concluíram que as participantes que ingeriam mais do que 0,2 gramas de ômega-3 — um tipo de gordura saudável presente em alimentos como peixe e azeite— por dia, tiveram um risco 52% menor de apresentar artrite reumatoide. Essa quantidade equivale a mais do que uma porção de um peixe gorduroso (ou seja, rico em ômega-3), como o salmão, ou quatro de peixe magro, como o bacalhau, por semana.
O estudo ainda mostrou que consumir uma porção ou mais de qualquer peixe por semana durante dez anos reduz as chances de artrite reumatoide em 29% em comparação com ingerir menos do que isso. “A associação inversa entre o consumo de peixe e o risco de artrite reumatoide pode ser atribuída principalmente ao ômega-3”, escreveram os autores na conclusão do estudo.
fonte: veja.abril.com.br