quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

O poder da vitamina D sobre o sistema imunológico: um mito?

Pesquisadores dizem que a falta do nutriente não é a causa de uma imunidade fraca, mas sim a consequência

Nutrientes: Suplementos de vitamina D podem não ser eficazes em prevenir doenças cardíacas e diabetes
Nutrientes: Suplementos de vitamina D podem não ser eficazes em prevenir doenças cardíacas e diabetes (Thinkstock)
Um novo estudo coloca em xeque uma das premissas médicas mais alardeadas dos últimos tempos: a de que suplementos de vitamina D fortalecem o sistema de defesa e protegem contra doenças, como as cardiovasculares, o diabetes e o câncer. De acordo com a pesquisa, a falta do nutriente não é a causa de uma imunidade fraca, mas sim a consequência — um sistema imunológico comprometido reduziria os níveis da vitamina. A descoberta faz parte de uma revisão publicada nesta quinta-feira na revista The Lancet Diabetes & Endocrinology.
É sabido que a vitamina D ajuda na absorção do cálcio pelo organismo e na formação dos ossos, mas estudos sugeriam que níveis inadequados do nutriente poderiam aumentar o risco de uma série de doenças agudas e crônicas. Essa relação, no entanto, nunca foi totalmente compreendida.
A nova pesquisa revisou 462 estudos – 290 prospectivos observacionais e 172 randomizados (aqueles nos quais os participantes são selecionados aleatoriamente) – realizados até dezembro de 2012, que analisaram os efeitos da vitamina D sobre a saúde – exceto a óssea, sobre a qual não pairam dúvidas.
Segundo os autores, a capacidade de o nutriente reduzir o risco de doenças cardíacas ou diabetes não foi confirmada por estudos randomizados. Esse benefício havia sido apontado somente por trabalhos prospectivos observacionais, que compararam a prevalência de doenças com os níveis do nutriente no organismo das pessoas.
"O que essa discrepância sugere é que a falta vitamina D é um indicador de saúde deteriorada. Os processos de envelhecimento e de inflamação envolvidos no surgimento de doenças reduzem os níveis de vitamina D, o que pode explicar por que a deficiência no nutriente é relacionada a diversos distúrbios", explica Philippe Autier, professor do Instituto Internacional de Pesquisa em Prevenção em Lyon, na França, e coordenador do estudo.
Segundo os cientistas, esses resultados não eliminam completamente a possibilidade de a vitamina D ser útil na prevenção de enfermidades além das relacionadas ao enfraquecimento dos ossos. Eles acreditam, porém, que estudos clínicos mais extensos são necessários para comprovar ou descartar os benefícios da suplementação do nutriente.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

10 coisas que você precisa saber sobre Pé Diabético

Infecções ou problemas na circulação nos membros inferiores estão entre as complicações mais comuns em quem tem diabetes mal controlado. Calcula-se que metade dos pacientes com mais de 60 anos apresente o chamado “pé diabético”. Uma doença que pode ser evitada.
 
Tais alterações podem causar neuropatia; úlceras; infecções; isquemia ou trombose. Elas começam a ocorrer, em geral, quando as taxas de glicose permanecem altas durante muitos anos. Se não for tratado, o pé diabético pode levar à amputação.  Segundo o Ministério da Saúde, 70% das cirurgias para retirada de membros no Brasil têm como causa o diabetes mal controlado: são 55 mil amputações anuais.
 
Manter a taxa glicêmica sob controle e fazer exames regulares são fundamentais para evitar tais complicações. 
 
1. A pessoa com pé diabético tem sintomas como: formigamentos; perda da sensibilidade local; dores; queimação nos pés e nas pernas; sensação de agulhadas; dormência; além de fraqueza nas pernas. Tais sintomas podem piorar à noite, ao deitar. Normalmente a pessoa só se dá conta quando está num estágio avançado e quase sempre com uma ferida, ou uma infecção, o que torna o tratamento mais difícil devido aos problemas de circulação.
 
2. Os sintomas são mais frequentes após alguns com o diabetes mal controlado. Muitas pessoas passam a apresentar problemas de diminuição de circulação arterial e de sensibilidade em pés e pernas.
 
3. A prevenção é a maneira mais eficaz de evitar a complicação. A medida principal é manter os níveis da glicemia controlados;  exame visual dos pés, diário; e avaliação médica periódica.
 
4. Pacientes com diabetes tipo 1 e tipo 2 devem devem passar, regularmente, por uma avaliação dos pés.
 
5. O paciente deve examinar os pés diariamente em um lugar bem iluminado. Quem não tiver condições de fazê-lo, precisa pedir a ajuda de alguém.  Deve-se verificar a existência de frieiras; cortes; calos; rachaduras; feridas ou alterações de cor. Uma dica é usar um espelho para se ter uma visão completa. Nas consultas, deve-se pedir ao médico que examine os pés. O paciente deve avisar de imediato o médico sobre eventuais alterações.
 
6. É preciso manter os pés sempre limpos, e usar sempre água morna, e nunca quente, para evitar queimaduras. A toalha deve ser macia. É melhor não esfregar a pele. Mantenha a pele hidratada, mas sem passar creme entre os dedos ou ao redor das unhas. 
 
7. Use meias sem costura. O tecido deve ser algodão ou lã. Evitar sintéticos, como nylon.
 
8. Antes de cortar as unhas, o paciente precisa lavá-las e secá-las bem. Para cortar, usar um alicate apropriado, ou uma tesoura de ponta arredondada.  O corte deve ser quadrado, com as laterais levemente arredondadas, e sem tirar a cutícula. Recomenda-se evitar idas a manicures ou pedicures, dando preferência a um profissional treinado, o qual deve ser avisado do diabetes.  O ideal é não cortar os calos, nem usar abrasivos. É melhor conversar com o médico sobre a possível causa do aparecimento dos calos.
 
9. É melhor que os pés estejam sempre protegidos. Inclusive na praia e na piscina.  
 
10. Os calçados ideais são os fechados, macios, confortáveis e com solados rígidos, que ofereçam firmeza. Antes de adquiri-los, é importante olhar com atenção para ver se há deformação.  As mulheres devem dar preferência a saltos quadrados, que tenham, no máximo, 3 cm de altura. É melhor evitar sapatos apertados, duros, de plástico, de coro sintético, com ponta fina, saltos muito altos e sandálias que deixam os pés desprotegidos. Além disso, recomenda-se a não utilização de calçados novos, por mais de uma hora por dia, até que estejam macios.

fonte: www.endocrino.org.br